Cinco mentes de um executivo
* Jonathan Gosling e Henry Mintzberg
O mundo do executivo é complicado e confuso. Não é com simplificação que se vai entendê-lo, mas com a capacidade de sintetizar num todo abrangente idéias geradas por diferentes disposições mentais.
Recentemente, o presidente de uma grande empresa canadense queixava-se de que não conseguia fazer seus engenheiros pensarem como executivos, como gestores. É uma queixa comum, mas que oculta uma questão de rara importância: o que significa pensar como executivo? Infelizmente, pouca atenção foi dada à questão nos últimos anos. A maioria de nós foi de tal forma hipnotizada pela “liderança” que a “gestão” foi empurrada para um segundo plano. Ninguém mais sonha em ser um bom administrador; todos querem ser grandes líderes. Porém, separar a gestão da liderança é um perigo. Assim como a gestão sem liderança faz surgir um estilo pouco inspirado, que atrofia atividades, a liderança sem gestão estimula um estilo desconexo, que promove a arrogância. E todos conhecem o poder destruidor da arrogância numa organização. É hora, portanto, de volta à boa e velha gestão. O problema, evidentemente, é que a boa e velha gestão é complicado e confuso, hoje, o executivo é instado a ser global e local. A colaborar e a competir. A mudar sem parar e manter a ordem. A cumprir metas financeiras e ao mesmo tempo cuidar bem do pessoal. Como conciliar isso tudo? Na verdade, ninguém consegue. Para ser eficaz, o executivo precisa encarar tal justaposição e chegar a uma integração mais profunda desses imperativos aparentemente contraditórios. Isso significa que deve focar não só naquilo que precisa realizar, mas também em como raciocinar. Um executivo precisa de várias disposições mentais. Ajudar o executivo a entender isso foi o desafio que nos propusemos em meados da década de 90, quando começamos a projetar um novo programa de mestrado para administradores. Sabíamos que a estrutura