Entrevista de Ricardo Amorim sobre benefícios da Copa e Olimpíadas para a indústria e o turismo no Brasil 1. Os eventos esportivos de grande porte (Copa das Confederações e Copa do Mundo, além das Olimpíadas) vão impactar positivamente na economia do País e também na infraestrutura? Muito é dito sobre os benefícios durante esses eventos, mas e depois?Os hotéis, por exemplo, vão virar elefantes brancos, ou a tendência é que a visibilidade desses acontecimentos proporcione sempre alguma ocupação considerável? Ricardo Amorim – Os impactos eventos desta magnitude não se limitam à duração dos próprios eventos. Aliás, os impactos econômicos mais significativos acontecem antes e depois dos eventos esportivos em si. Antes dos eventos precisam acontecer os investimentos em infraestrutura em arenas, transporte, telecomunicações, energia, etc. Além disso, há os investimentos em treinamento de pessoas que direta ou indiretamente participarão da Copa do Mundo e das Olimpíadas e uma série de eventos de planejamento e testes, como a própria Copa das Confederações que já acontece neste ano.Durante o evento, os setores de viagens, hotelaria, restaurantes, lojas são alguns dos mais impactados. Após a Copa, os impactos continuam devido ao efeito de visibilidade que o país alcança. Por exemplo, as exportações de todos os tipos de produtos de países que recebem a Copa do Mundo costumam crescer 25% mais que a dos demais países nos anos após a Copa.Em termos de turismo, o número de visitantes estrangeiros que um país que recebe a Copa do Mundo recebe anualmente costuma dobrar entre o anúncio da escolha do país sede e 2 anos após a Copa devido à visibilidade que a Copa dá ao país. A última Copa foi assistida por 30 bilhões de pessoas, 4 vezes toda a população do planeta somando-se todos os jogos. No caso brasileiro, o potencial é ainda maior porque o país ainda engatinha em termos de exploração de seu potencial turístico. Por ano, o Brasil inteiro recebe a metade do número de