Ciencias
Lucas França Garcia (150159) Sociologia do Trabalho Profa. Dra. Naira Lapis
“A classe operária vai ao paraíso”
Porto Alegre 2008
A classe operária vai ao paraíso Escrito por Elio Petri (1971), o filme aborda a questão das lutas operárias na Itália dos anos 70. Década de muita efervescência social, o diretor procura mostrar as contradições do capitalismo italiano (ainda em desenvolvimento) na figura de Lulu, um operário exemplar para os capitães da industria, até que sofre um acidente de trabalho e Lulu passa a ver seu trabalho de outra maneira e conscientiza-se de sua situação mecânica. O filme é ilustrativo por discutir diversas questões históricas e sociológicas, tais como os modos de produção (taylorismo, fordismo), a alienação (Marx, 1986) e o aviltamento da vida humana (Durkheim, 1995) entre outras questões importantes. Tratarei aqui somente de algumas das facetas apontadas pelo filme, tais como: a totalidade da categoria trabalho para Lulu na primeira parte do filme, a questão da alienação e os modos de produção apresentados pelo filme. A primeira cena já é ilustrativa para o que irá se desenvolver ao longo do filme. Lulu, personagem principal do filme, operário exemplar da fábrica e aspirante a pequeno burguês da classe média, já acorda pensando em seu trabalho fazendo diversas analogias entre a fisiologia humana e a fábrica na qual trabalho. Para ele seu cérebro é a administração central da fábrica, aonde tudo fica guardado, e seu corpo funciona conforme os movimentos das máquinas as quais lida – em uma alusão ao sistema digestivo, que, segundo ele, funcionaria como uma espécie de máquina triturada feita por diversas engrenagens. Mas, com efeito, o que isto representa? Isto explica, de certa maneira, a primeira crítica que o diretor do filme faz ao modo de produção do sistema capitalista, que obriga o trabalhador, em sua perspectiva, a