Ciencias
The sciences are small powers; (...) Arts of public use, as (...) making engines (...) because they confer to defence and victory, are power (Hobbes, Leviathan, Cap. 10).
Denis Borges Barbosa (1990)
As barreiras ao conhecimento, revisitadas. 1
O suave equilíbrio 2
A proteção das trevas 3
Para onde voam as asas de Verdi 4
Padronização e eficiência: o fordismo chega ao Direito 5
Da luz aprisionada 7
A universidade seduzida e amordaçada 8
Controles políticos à exportação de Tecnologia 9
Atendimento Domiciliar 10
Modernidade e obscurantismo 11
Verdi era um compositor bastante obscuro até 9 de março de 1842. Foi a data da estréia de Nabucco no Scalla de Milão: uma ópera babilônica (sobre Nabucodonosor...) onde o coro, representando o povo judeu escravizado, canta um hino à liberdade do pensamento. Todo o sucesso de Verdi veio daí, do coro Va pensiero sull'ali dorate. que tocava a alma dos italianos, então vivendo sob o jugo austríaco.
Em novembro de 1982, em protesto contra a solicitação do Departamento de Estado à Columbia University, de que fosse restrito o acesso dos bolsistas da China Continental aos cursos de computação e de Engenharia Nuclear, um coro de estudantes participou de uma demonstração no campus da Rua 116, em Manhattan, cantando exatamente o trecho de Verdi. O autor, participante tímido e distante do que ocorria, percebeu naquele instante como era eloqüente o Va pensiero cento e quarenta anos depois de sua estréia. Sempre um hino contra as barreiras ao conhecimento e à livre expressão das idéias.
A céu da Itália quase sempre foi um bom lugar para o vôo das asas douradas do pensamento, que Verdi fazia cantar. É verdade que também houve o episódio de Galileu Galilei: figura histórica ou personagem de Brecht, ele foi abatido em pleno vôo, em meio a sua pesquisa astronômica, quase queimado na