Ciencias ambientais
A Jararaca-Ilhoa tem seu habitat natural na ilha da Queimada Grande (em São Paulo), que pode ser considerado como nicho realizado. A população desta espécie varia entre dois mil e quatro mil indivíduos. A Comunidade da ilha da Queimada Grande é formada por pássaros residentes como a corruíra (Troglodytes aedon) e a cambacica (Coereba flaveola), duas espécies de morcegos (Nyctinomops lalicaudatus e N. macrotis), três lagartos (Colobodactylus Taunay, Hemidactylus mabouia e Mabuya macrorhyncha), dois anfíbios (Scinax aff. Perpusillus e Eleuterodactylus aff. Binotatus), dois anfisbenídeos (que são répteis subterrâneos) e duas espécies de serpentes, a dormieira (Dipsas albifrons) e a jararaca-ilha (Bothorops insulares). Também aves marinhas freqüentam a ilha, assim como podem ser avistados pássaros migratórios.
Especiação
Em função do isolamento da espécie original, decorrente de oscilações marítimas que interrompeu a formação de um corredor ecológico, a mesma sofreu uma especiação alopátrica, tornando-a uma espécie distinta que pode ter dado origem à jararaca-ilhoa, que é exclusivamente fêmea.
Devido às mutações, pode-se encontrar indivíduos hermafroditas.
Certas características da jararaca-ilhoa (Bothorops insulares) são respostas adaptativas às condições ambientais da ilha.
Embora hajam indicações que o contato da ilha com o continente ocorreu há cerca de 11.000 mil anos, o isolamento que levou a diferenciação entre a jararaca comum e jararaca-ilha pode ter ocorrido em evento bem mais antigo.
Pela grande ocorrência desta espécie de serpente, também os pássaros residentes na ilha adaptaram-se, como forma de sobrevivência, pois aprenderam a evitar o ataque da serpente, sendo que apenas pássaros migratórios são usados como alimento pela jararaca-ilha, cujo veneno é cinco vezes mais potente que o da jararaca comum, que pode ser considerado como fator de economia de sua