ciencia
Ourides Santin Filho
Vanessa Katsue Tsukada
Jaime da Costa Cedran
I – INTRODUÇÃO
Concepções ingênuas afirmam que a Ciência é um conhecimento que formula e comprova leis e teorias a partir de observações dos fenômenos naturais 1. Tal concepção, mais ou menos de senso comum, domina também a comunidade científica, pois é produto da percepção que o cientista tem de seu trabalho laboral.
Essa
concepção,
conhecida
como
“indutivismo
ingênuo”
ou
concepção “empirista-indutivista” 2 tem origem nos escritos do filósofo
Francis Bacon, no século XVII. Neles, a Ciência é vista como autoridade absoluta, exercida
de
maneira
neutra,
a-social
e
a-histórica.
Tal
concepção acaba por consolidar a ideia de que o cientista é autoridade máxima, conhecedor da “verdade” do mundo, que pode ser “desvendada” se seguirmos uma metodologia sistemática, neutra e rigorosa 3. Contudo a
Ciência atual é compreendida como um conhecimento “aberto”, ou seja, um produto social e histórico do homem, em contínua construção, sujeito a mudanças e reformulações teóricas 4. A Ciência, sendo atividade humana, está contaminada por suas idiossincrasias, e é produto de tensões de natureza política, social, econômica e até científica.
A visão baconiana e ingênua sobre a Ciência ainda é muito presente no imaginário das pessoas. Modificar esse pensamento é tarefa difícil que exige esforço na superação desta forma de pensar.
1
S. M. Arruda & C. E. Laburú, “Considerações Sobre a Função do Experimento no Ensino de
Ciências,” in Questões Atuais no Ensino de Ciências, org. R. Nardi (São Paulo: Escrituras, 1998),
53-60.
2
F. Bacon, Novum Organum ou, Verdadeiras Indicações Acerca da Interpretação da
Naturezam.Nova Atlântica.Série Os Pensadores, vol.6 ( São Paulo: Nova Cultural, 1999).
3
Ibid.
4
A. M. P. Carvalho, Ensino de