Ciencia da informação como ciencia social
Carlos Alberto Ávila Araújo
Doutorando em ciência da informação pela ECI/UFMG Professor licenciado das Faculdades Integradas de Caratinga-MG E-mail: casalavila@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO A ciência da informação é tradicionalmente definida, em termos institucionais (de acordo com classificações de agências como Capes e CNPq e divisões internas nas várias universidades), como uma “ciência social aplicada”. Em várias instâncias, existe um espaço específico para a discussão da natureza social dos fenômenos informacionais (por exemplo, nas linhas de pesquisa em “Informação e Sociedade”, “Informação e Cult ura” ou “Ação Cult ural” dos programas de pósgraduação em ciência da informação e nos grupos de trabalho com esse tema em associações e congressos como o Enancib), o que não significa, contudo, que a sua dimensão social seja negligenciada em linhas ou GTs que enfatizam outros aspectos (a questão do tratamento da informação, a questão gerencial, a interface tecnológica). Contudo, se em termos institucionais ou terminológicos parece indiscutível a natureza social da ciência da informação, em termos propriamente teóricoepistemológicos essa inserção não é exatamente óbvia. O objetivo deste trabalho é discutir a natureza da ciência da informação enquanto uma ciência social. Para tanto, pretende-se indicar em que momento, desde seu surgimento, a ciência da informação buscou aproximarse e constituir-se como uma ciência social e, nesse movimento de aproximação, com qual manifestação das ciências sociais a ciência da informação teve maior identidade, tomando de empréstimos conceitos, teorias e metodologias de pesquisa. Sem entrar aqui na discussão sobre as relações entre a ciência da informação e outros campos do conhecimento como a biblioteconomia e a documentação (Dias, 2002), pode-se dizer que é consenso entre os autores da área que a ciência da informação surge em meados do século XX. De acordo com Pinheiro & Loureiro (1995), em