Cidades e Práticas Urbanas
E diante desta situação, é que encontra-se o trabalhador urbano; oscilando entre empregos mal pagos e atividades ilícitas, entre o desemprego e o pequeno tráfico de rua, negociam a cada situação e em cada contexto os critérios de aceitabilidade moral de suas escolhas e seus comportamentos. É isso propriamente que caracteriza o BAZAR METROPOLITANO.
O bazar metropolitano começou a ganhar forma em meados da década de 1980. No caso da Inglaterra e dos Estados Unidos, momento da virada conservadora de governos, dissolvendo direitos e garantias sociais, tendo como consequência a precarização do trabalho e redefinição dos mercados urbanos de trabalho.
Esses também foram anos em que as atividades ilícitas se internacionalizaram e se reorganizaram sob formas polarizadas, onde de um lado, os empresários do ilícito, em particular do tráfico de drogas e que, a cada local irão se conectar com a criminalidade urbana comum e, de outro, os pequenos vendedores de rua, que operam à margem da verdadeira economia da droga e transitam o tempo todo entre a rua e a prisão.
Esses são os “trabalhadores precários” da droga, que se multiplicam na medida em que varejo se expande e se enreda nas dinâmicas urbanas, fazendo com que as atividades ilícitas – e não só o tráfico de drogas – passem a interagir com as dinâmicas urbanas e compor o bazar metropolitano nos pontos de intersecção com os igualmente expansivos mercados irregulares.
Hoje, além da tentativa de reatualização dessa história de longa duração, há também um deslocamento considerável na ordem das coisas. E o