Cidades Antigas Construção Nova

Tradução Raquel Neimann e Mila Regina (PPGAU-UFBA)

Cidades Antigas Construção Nova
Roberto Pane

Este breve escrito foi apresentado por mim no congresso nacional de urbanística realizado em
Turim em outubro de 1956. Era meu propósito reunir, em uma rápida síntese, os assuntos mais recorrentes na atual problemática dos centros antigos, para estabelecer alguma premissa útil aos debates que ainda estão se desenvolvendo.
A imagem do mundo que se reflete na construção é digna de conduzir os arquitetos e os escritores de cada país a participarem das questões que se referem à sobrevivência dos antigos centros e, em particular, daqueles italianos; não apenas porque o nosso é um precioso patrimônio comum, mas porque nas formas da nova construção e na possibilidade de uma convivência sua com as do passado se configura, no seu advir e de maneira exemplar, a marca do nosso próprio destino.

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Quando pensamos em uma aproximação entre a construção moderna e a antiga, sentimos de imediato um despertar em nós de muitos problemas e questionamentos; e isso especialmente na Itália onde, mais do que em qualquer outro país no mundo, tal aproximação denuncia o contraste entre dois modos de vida: aquele que se manifesta na riquíssima estratificação do nosso passado e a imagem nova e brutal que à primeira vai se agregando, sem determinar uma nova unidade, mas dando em toda parte o sentido de uma penosa e intolerável fratura. A cidade que se aproxima e se sobrepõe à antiga nos aparece como a expressão de um impulso econômico extremamente forte, para assim conseguir alterar e ordenar as suas dinâmicas. A caótica expansão obedece às solicitações de um imediato e cego interesse privado, e quase nunca encontram acolhimento os reclames por uma ordenada predisposição urbanística que faça jus aos interesses da comunidade. Aliás, a tal propósito, sinaliza-se o sistemático silêncio que acolhe a crítica mais viva no nosso país; tanto é verdade que os poucos