Ciclo do cobre
Ricardo Reis não desejou mais que viver segundo o ensinamento de todas as culturas, sinteticamente recolhidas numa sabedoria que vem de longe e que nem por isso deixou de ser pessoal. Viver conforme a natureza, liberto de paixões, indiferente às circunstâncias e aceitando voluntariamente um destino involuntário era uma parte da sua filosofia. A filosofia de Reis rege-se pelo ideal “Carpe Diem” – a sabedoria consiste em saber-se aproveitar o presente, porque se sabe que a vida é breve. Há que nos contentarmos com o que o destino nos trouxe. Há que viver com moderação, sem nos apegarmos às coisas, e por isso as paixões devem ser comedidas, para que a hora da morte não seja demasiado dolorosa.
FISICAMENTE
A partir da carta a Adolfo Casais Monteiro
Nasceu no Porto (1887);
Foi educado num colégio de Jesuítas;
Médico;
Viveu no Brasil, expatriou-se voluntariamente por ser monárquico; “É latinista por educação alheia e semi-helenista por educação própria”;
Interesse por cultura clássica, Romana (latina) e Grega (helénica);
CARACTERISTICAS LITERÁRIAS
1) EPICURISMO
- Busca de uma felicidade relativa, sem desprazer ou dor, através de um estado de ataraxia (certa tranquilidade ou indiferença capaz de evitar a perturbação);
-Exemplo: Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio:sensação de que não podemos viver aquilo que não foi vivido (não podemos voltar atrás); passagem do tempo ; angústia ; fatalismo, conformismo (tudo é passageiro, nomeadamente o amor, que causa tanta perturbação); desejo de uma passagem serena pela vida; viver o momento sem paixão; rejeição do apego às coisas intensas da vida; filosofia que resulta da disciplina da razão (coloca a razão acima das sensações);
2) PAGANISMO
-Crença nos Deuses;
-Intelectualização das emoções;
- Medo da morte.
3) ESTOICISMO
-Aceitação das leis do destino (aceitação voluntária de um destino involuntário);
- Indiferença face às paixões e à dor;
-Abdicação de