choque de civilizações
Choque de civilizações
Choque de civilizações é uma teoria proposta pelo cientista político Samuel P. Huntington segundo a qual as identidades culturais e religiosas dos povos serão a principal fonte de conflito no mundo pós- Guerra Fria. A teoria foi originalmente formulada em 1993, num artigo da Foreign Affairs chamado “O Choque de Civilizações”.
A partir dos anos 1990 muito se falou na possibilidade dos conflitos entre civilizações substituírem os enfrentamentos ideológicos do pós Guerra Fria e os antagonismos socioeconômicos entre o “Norte e o Sul”. As guerras empreendidas pelos Estados Unidos contra o Afeganistão e o Iraque tem sido vistas como a manifestação de um conflito como entre a civilização ocidental e a islâmica. Os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, e de 11 de março de 2004, na Espanha, reforçam para muitos a teoria do “choque de civilizações”. Entretanto a cruzada antiterrorista norte-americana não é contra o islamismo, e o governo Bush sempre fez questão de deixar isso bem claro. Os Estados Unidos tem entre os seus principais aliados vários países islâmicos, como a Arábia Saudita, o Egito, o Kuwait, o Paquistão e a Indonésia, país com a maior população muçulmana do mundo. Com poucas exceções, o mundo islâmico tem apoiado os Estados Unidos em suas ações contra o terrorismo. A tese do “choque de civilizações” é muito simplista diante da complexidade do mundo e da superposição de causas – geopolíticas, culturais, econômicas e sociais – dos embates atuais.
As críticas ao paradigma do Choque das Civilizações
O diplomata cingalês Kishore Mahbubani lançou uma série de críticas ao paradigma das civilizações, dentre elas, a de que a civilização islâmica não seria tão compacta a ponto de ameaçar o Ocidente. Além do mais, argumenta Mahbubani, a retirada repentina dos ocidentais pode ser encarada, na perspectiva do Oriente Médio, como tão danosa quanto sua permanência