Choque de civilizações
Segundo Huntington, o conflito entre as civilizações. Ocorre a dois níveis. Primeiro, nível local e regional; segundo, nível global entre as grandes potências. Um dos perigos do primeiro é que pode causar o segundo. O caso concreto do islão, “as fronteiras do Islão são sangrentas” (1993). O Ocidente contra o resto (“a ligação islâmica-chinesa”, 1993). A questão da hegemonia americana.
A solidariedade e alianças entre sociedades das mesmas civilizações. O reforço da aliança ocidental; alianças com a Rússia e o Japão.
O futuro da sociedade internacional. Evitar uma escalada dos conflitos inter-civilizacionais; fortalecer as instituições internacionais; reconstruir a sociedade internacional. Huntington é muito vago. A razão porque é vago resulta da sua definição essencialista de civilização, afasta os fundamentos para se construir uma noção de sociedade internacional; exemplos da diplomacia e do direito internacional.
O problema desta leitura resulta de uma excessiva valorização das dimensões cultural e religiosa das relações internacionais e da desvalorização dos interesses e princípios políticos. Se seguirmos a tese do choque das civilizações, não conseguimos explicar a aliança entre países muçulmanos e países liberais contra os movimentos radicais islâmicos. Assim, este ensaio discorda destas duas leituras. O argumento central é de que estamos na existência de um movimento radical pan-islâmico, o qual desafia os princípios centrais da ordem política liberal. Isto não significa, todavia, que se esteja a viver um conflito entre o Ocidente e o Islão. Por outras palavras, o facto de se admitir que o movimento é pan-islâmico não significa que se possa reduzir todo o pensamento islâmico a uma ideologia radical.
Conclusão
Naturalmente, o conceito de “civilização” ocupa um lugar vital no argumento de Huntington. Para o Professor de Harvard, civilização é, antes de mais, uma noção cultural. Nas suas palavras, “a cultura é o tema comum em