Choque Cardiogênico
O choque cardiogênico caracteriza-se por hipoperfusão sistêmica devido à depressão do índice cardíaco e por hipotensão arterial sistólica persistente. A falência circulatória devido à disfunção cardíaca pode ser causada por insuficiência miocárdica primária, na maioria dos casos em conseqüência de infarto agudo do miocárdio e, com menos freqüência, por cardiomiopatia, miocardite ou tamponamento cardíaco.
Epidemiologia
O choque cardiogênico é a principal causa de morte nos pacientes hospitalizados com infarto agudo do miocárdio. A reperfusão imediata dos pacientes com IAM reduz a incidência do choque cardiogênico. A incidência desta complicação do IAM oscilava em torno de 20% na década de 1960, mas tem permanecido estável em torno de 8% por mais de 20 anos. Em geral, o choque se associa ao IAM com supradesnivelamento de ST e é menos comum nos pacientes com IAM sem supradesnivelamento de ST.
A insuficiência ventricular esquerda é responsável por cerca de 80% dos casos de choque cardiogênico que complicam o IAM. Os demais casos são causados por insuficiência mitral aguda, ruptura do septo ventricular, predominância da insuficiência ventricular direita, ruptura da parede livre ou tamponamento.
Nos pacientes com IAM, os fatores associados à elevação do risco de choque cardiogênico são idade avançada, sexo feminino, história pregressa de IAM, diabetes e infartos da parede anterior. Choque associado a um primeiro infarto deve suscitar a imediata investigação de uma causa mecânica. A recidiva do infarto logo após o primeiro episódio aumenta o risco de choque. Cerca de 66% dos pacientes com choque cardiogênico apresentam lesões graves nas três artérias coronárias principais, e 20% apresentam estenose do tronco da coronária esquerda. Choque cardiogênico raramente ocorre na ausência de estenose significativa, tal como se observa, muitas vezes, em resposta a estresse emocional súbito.
Fisiopatologia
O choque cardiogênico caracteriza-se por