CHINA PL
Trabalhadores e empresários levaram a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a pressionar a China por melhores condições de trabalho, "a China estaria incrementando suas exportações com base em trabalho semi-escravo de pessoas que trabalham sete dias por semana, ganhando menos de US$ 1.00 por dia". As diferenças das condições de trabalho entre a China e o mundo desenvolvido são imensas. Os trabalhadores industriais das grandes cidades chinesas ganham U$ 0.64 por hora enquanto que os operários das indústrias americanas ganham US$ 21.00. Levando em conta as diferenças de custo de vida, os US$ 0.64 compram US$ 2.96 nos Estados Unidos. Se por uma hipótese heróica e remota, aquele gigante viesse a pagar US$ 10.50 por hora, isso resolveria o problema dos trabalhadores e empresários americanos?
Enquanto isso, as empresas chinesas continuam pagando US$ 0.64 por hora e, mesmo assim, só para a elite dos operários industriais. A esmagadora maioria dos trabalhadores não conta com aposentadoria. Na China não existe o seguro desemprego. As jornadas são extensas e as férias são curtíssimas. As licenças são limitadas. Além do mais a pressão sindical por melhores condições de trabalho é fraca. Aliás, a China incentiva o fortalecimento dos sindicatos, mas só nas empresas multinacionais. Não há dúvida de que, no longo prazo, as condições de trabalho entre China e os países desenvolvidos vão convergir. Mas quanto tempo vai levar? A unidade de tempo no Ocidente é o segundo; no Oriente é o milênio. A China deixou de ser uma ameaça. É um vulcão em erupção.
Ou seja, pouco se pode esperar nos curto e médio prazos de cláusulas sociais que venham a forçar a elevação da remuneração e a melhoria das condições de trabalho na China. Na Europa, a ampliação da jornada de trabalho pelo mesmo salário, a transformação da gratificação de Natal em bônus de produtividade, o trabalho em turnos aos sábados, domingos e feriados marcam as recontratações dos dias atuais em várias empresas da