Camarão
Vila Real: Associação Portuguesa dos Engenheiros Zootécnicos. Anais... p. 229-237.
CRIAÇÃO DE CAMARÕES DE ÁGUA DOCE
Wagner Cotroni Valenti
Centro de Aqüicultura da UNESP
Depto. de Biologia Aplicada, FCAV, UNESP
14884-900 Jaboticabal SP Brasil e-mail: valenti@caunesp.unesp.br
O cultivo de camarões de água doce é um dos setores da aqüicultura que mais cresce no mundo. Embora as estatísticas de produção sejam difíceis de serem obtidas, porque estes crustáceos são geralmente produzidos por pequenos proprietários rurais e tem consumo local (Valenti, 1998a), estima-se que na virada do milênio a produção ultrapassou 200.000 toneladas, movimentando mais de US$ 1 bilhão (New, 2000a). Isso corresponde a cerca de
20% do volume total produzido pelo setor de camarões marinhos. Historicamente, esse percentual sempre foi ao redor de 5% (Valenti, 2001).
Segundo os dados da FAO, entre 1990 e 2000, o volume de Macrobrachium rosenbergii produzido passou de 21.000 para 118.500 toneladas, correspondendo a um crescimento de quase 500% (FAO, 2002). A produção da China apareceu nas estatísticas a partir de 1996. Ainda assim, o volume produzido passou de 55.000 toneladas, em 1996, para 118.500 toneladas, em 2000 (FAO, 2002), o que representa um crescimento de 115% em quatro anos! Deve-se acrescentar os dados reportados à FAO pelo Vietnã como "Outros
Camarões e Crustáceos de Água Doce" (27.000t), porque quase 100% é de Macrobrachium
(New, 2000a; Valenti, 2001). A FAO somente apresenta dados referentes a M. rosenbergii.
No entanto, cresceu muito o cultivo de outras espécies, tais como M. malcolmsonii na Índia e principalmente M. nipponense, que atingiu cerca de 100.000 t na China em 2000 (Miao &
Ge, 2002). Portanto, a produção mundial de camarões de água doce, seguramente ultrapassou 240.000 t em 2000. Estes dados indicam que o setor cresceu mais de