Chemistry
Gilberto Hottois (apud ZUBEN, 2006, p. 49) introduziu o termo “tecnociências” para designar “a intrínseca ligação, o entrelaçamento, entre a técnica e ciências, cujas características são, primeiramente, a indissolubilidade desses dois pólos, o teórico e o técnico-operatório e, em segundo lugar, o primado da técnica sobre a teoria.” Apesar das diferenças, ciências e tecnologia estão de certa forma, agregadas.
“A ciência tornou-se meio de que a técnica se serve.” (ZUBEN, 2006, p. 170)
Mesmo que seja possível, teoricamente, separar a técnica da ciência, na prática, a técnica e as ciências estão interligadas. É a essa relação que se refere o com o estudo e leitura do livro Bioética e Tecnociências, de Newton Aquiles von Zuben, permitiu a construção de um referencial teórico e metodológico nas questões éticas e bioéticas que afligem a humanidade. Tal leitura colocou em xeque a minha visão simplista e reducionista sobre a presença das tecnociências nas relações humanas. Com embasamento filosófico e epistemológico, “Bioética e Tecnociências” torna possível estabelecer diálogos com a poesia de Manoel de Barros. Uma poética que provoca, (des)constrói e, ao mesmo tempo, induz a reflexões sobre a importância que damos à ciência e seus feitos.
A escolha da poesia de Manoel de Barros para esse objetivo se deu por considerarmos que ela contempla a possibilidade de se olhar o homem, a mulher e os outros seres vivos que estão ao nosso redor atribuindo-lhes o mesmo grau de importância, valorizando os diferentes, os seres marginalizados, jogados ao chão. Sua poesia valoriza seres e coisas que as tecnociências,