Che e o Perfil do Príncipe de Maquiavel
1. Che e o Perfil do Príncipe de Maquiavel
1.1. O Lado animal
MAQUIAVEL aconselha em sua obra prima que o bom príncipe deve saber empregar de forma equilibrada o seu lado animal, apoiando-se simultaneamente nos exemplos do leão e da raposa. “É Preciso ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Aqueles que agem apenas como um leão não conhecem a sua arte” (MAQUIAVEL, cap. XVIII). Observando o perfil de Che e sua história, vê-se que ele tendia mais a personalidade do leão, impondo seu ideal através do uso da força, aterrorizando e destroçando os lobos conspiradores contrários ao seu ideal revolucionário. Como ele próprio admite durante seu discurso na durante a Conferência das Nações Unidas, em 1964: “Fuzilamentos? Sim, temos fuzilado. Fuzilamos e seguiremos fazendo isso enquanto for necessário.” (NARLOCH & TEIXEIRA, 2011). Esta característica, sem dúvida o ajudou na conquista do poder na revolução de Cuba, mas, sem dúvida, a prevalência deste lado feroz em detrimento da astúcia da raposa o fez cair inadvertidamente em vários laços após a sua saída de cuba, inclusive, o que culminou em sua morte na Bolívia, em 1967.
Como parece sugerir NARLOCH & TEIXEIRA (2011) quando diz que “No dia a dia das paranoias e crises de confiança entre os guerrilheiros da Sierra Maestra, Fidel Castro tinha de segurar a onda de Che Guevara”, a partir do momento em que Che resolve sair do lado de Castro e dar segmento ao seu sonho revolucionário na América Latina, seu lado feroz fica fora de controle, tornando-o uma presa fácil em terreno desconhecido.
1.2. Dissimulação
Ainda analisando sobre o prisma do perfil animal, pode-se inferir que o sucesso da revolução cubana teve base na complementaridade entre a ferocidade de Che, que