Charles historico

Gentrificação
Atualmente, podemos perceber nas cidades fortes conflitos entre as classes dominantes e as classes dominadas. Esses conflitos se manifestam em diversas esferas, e uma delas é a disputa do próprio espaço para se viver nas cidades.
Este conflito é ocasionado principalmente por conta da visão divergente com a qual se percebem os bens imobiliários: A população mais pobre, ou que simplesmente dependa do trabalho para viver, quantifica o valor de um terreno ou casa apenas pela sua utilidade: Se a área é abastecida com coleta de lixo, água, eletricidade, se a casa é bonita ou espaçosa o suficiente, etc. Já o empresário do ramo imobiliário considera o valor desses bens em um contexto; Seu preço de mercado pode ser intensamente modificado dado algumas circunstâncias: A proximidade de outras áreas desvalorizadas e/ou marginalizadas, a atenção do Estado para construção de parques, estabelecimento de lojas, etc. Para maximizar os lucros, os empresários do ramo imobiliário procuram valorizar as áreas dos novos prédios a serem construídos, procurando por boa localização, sempre próximo ao centro comercial de maior relevância, onde os serviços são prestados com eficiência e estão presentes as lojas mais luxuosas e distintas da região. Muitas vezes, é preciso desalojar a população pobre do lugar em que se pretende construir. Isso pode ser feito de duas maneiras: Aumentando os preços de moradia e o próprio custo de vida nas redondezas, usando a valorização do espaço como justificativa, ou expulsando quem vive no local e usando o espaço para grandes obras estatais, como novas estradas e prédios públicos. Removendo os pobres do lugar, ocorre um enobrecimento da área, que fica com uma aparência mais "limpa", ou "pura", o que é chamado de "limpeza social". Os pobres são marginalizados, literal (Por sempre obrigados à se mudar para as periferias, à margem do território) e figurativamente (Por serem considerados criminosos em potencial, representando a