Cerrado
Mas que adaptações são essas?
As cascas espessas das árvores é uma característica interpretada como uma adaptação ao fogo. Agindo como isolante térmico, impedem que o fogo atinja os tecidos vivos mais internos dos caules.
E como acelera a remineralização da biomassa e a transferência dos nutrientes minerais nela existentes para a superfície do solo, sob a forma de cinzas. Os nutrientes que estavam imobilizados na palha seca e morta, inúteis portanto, são devolvidos rapidamente ao solo e colocados à disposição das raízes.
Como o fogo atinge apenas 5 cm de profundidade, devido a uma pequena camada de terra que é suficiente para isolar termicamente todos os sistemas subterrâneos, esses sistemas, onde são armazenados água e nutrientes, não são atingidos, o que possibilita sua sobrevivência, mesmo após as queimadas. Então, basta que caiam as primeiras gotas de chuvas para que a fisionomia, antes com aspecto desolador, se transforme numa paisagem cheia de vida, com o aparecimento dos primeiros brotos.
Em poucas semanas o verde reaparece e substitui o tom cinza deixado pelo fogo. As diferentes espécies vão florescendo em sequência. Este estímulo ou indução floral não é necessariamente provocado pela elevação da temperatura, como se poderia esperar. Em muitos casos, é a eliminação total das partes aéreas das plantas que as faz florescer. Se não houver queima, ou as plantas não florescem ou o fazem com muito menor intensidade e de forma não sincronizada.
Além de estimular ou induzir a floração, o fogo sincroniza este processo em todos os indivíduos da população, facilitando assim, a