Cepal
O enfoque desta dissertação é histórico, uma vez que se trata de escrever a história das relações Brasil-CEPAL com base no modo em que foram defendidos os interesses brasileiros perante essa instituição, deixando em segundo plano o desenvolvimento da teoria econômica cepalina sobre a qual já se produziu vasta bibliografia. Ao longo desta dissertação, o autor faz uso de conceitos da matriz teórica cepalina quando necessário para contextualizar os acontecimentos ocorridos no âmbito da Comissão.
No primeiro capítulo, verifica-se como se deu, no âmbito da
Organização das Nações Unidas (ONU), o processo de criação da
CEPAL, para o qual o Brasil viu-se atraído em razão da possibilidade de se criar uma Comissão econômica na qual se discutissem propostas e realizassem-se estudos sobre a questão do reequipamento industrial
(renovação do maquinário gasto durante os anos de guerra), vista pelo governo brasileiro como essencial para que se pudesse manter estável o ritmo de crescimento econômico.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) é uma das cinco comissões regionais da ONU, que tem como mandato o estudo e a promoção de políticas para o desenvolvimento de sua região, especialmente estimulando a cooperação entre os seus países e o resto do mundo, funcionando como um centro de excelência de altos estudos. Os países requerem um organismo com a capacidade de compilar informação, analisá-la e fazer recomendações.
Deste 1948 a CEPAL contribui para o debate da economia e da sociedade latino-americana e caribenha, apresentando alertas, ideias e propostas de políticas públicas. Desde então, o Escritório da CEPAL no Brasil tem mantido, além do acordo com o IPEA, acordos com diversos organismos da administração federal para cooperação técnica, analisando as transformações na economia brasileira, prestando assistência técnica, realizando pesquisas, treinamento de recursos