cenas dois
Museu Político
Francisco Oliveira, nº 49098
Cultura Visual
Professora Diana Almeida
Março 2013
O objectivo deste trabalho é analisar a complexa relação entre o papel do museu contemporâneo e a promoção da cidadania. Antes de mais, importa salientar que os responsáveis pela gestão e programação dos museus apresentam preocupações relativamente ao financiamento e à sustentabilidade, ao planeamento, ao público e aos seus gostos e necessidades, assim como aos desafios sociais e tecnológicos. Por outro lado, pode (ou deve) existir uma preocupação no que diz respeito à luta pela democracia e à valorização da liberdade, através da cultura e das artes. Posto isto, tal como refere Maria Vlachou, importa realçar dois modelos do museu político em acção. O modelo antigo consiste na exposição dos objectos como forma de demonstrar a sua superioridade. É o caso da Grécia antes do século II a.C., da utilização da exposição por parte dos Romanos para mostrar a sua superioridade sobre os Gregos, da Igreja cristã, de Carlos Magno, da República de Veneza, de Napoleão e dos Nazis. Portanto, esta seria uma forma de utilizar a arte para proliferar a mensagem do poder político. O novo modelo, por sua vez, manifesta-se na área dos direitos humanos e da identidade nacional. Vide a campanha levada a cabo pelo The National Museum of Australia, o The Museum of New Zealand Te Papa Tongawera, o District Six Museum, Tuol Sleng Genocide Museum, o Museum of Genocide Victims, o Museum of Occupation of Latvi, o Museum of the Romanian Peasant, o Vietnam War Remnants Museum e o DDR Museum (citação). De facto, a cultura e a arte estão intimamente ligadas à política.
Como refere Hooper-Greenhill, “[by] viewing museums as a form of cultural politics, museum workers can bring together the concepts of narrative, difference, identity and interpretative strategies” (2008: 140). Isto significa que os