Celulose
1.1 - Celulose A celulose é o biopolímero mais abundante na Terra e o principal componente da parede celular das plantas. É um homopolissacarídeo linear, quimicamente composto por cadeias não ramificadas de D-glicose unidas por ligações glicosídicas β-(14), cuja unidade repetitiva é a celobiose (figura 1). A cadeia glicana pode ter de 2000 a mais de 25000 resíduos de glicose. (Brown, et al. 1996).
Figura 1 - Estrutura química da cadeia β-(14) glicana (celulose). A unidade repetitiva, celobiose, é indicada entre parênteses.
Fonte: Brown, et al . 1996 Na natureza, a celulose não existe como uma única molécula. Para formar as microfibrilas, as moléculas longas e rígidas de celulose combinam-se em cadeias orientadas paralelamente, estabelecendo interações do tipo ligações de hidrogênio intra e intermoleculares (Raven, et al. 2001), graças aos grupos hidroxilas presentes na celulose estas interações supramoleculares são responsáveis pela rigidez da cadeia, pela formação de fibras retas e estáveis, que garantem a alta resistência à tensão, e que fazem com que a celulose seja insolúvel em água e na maioria dos solventes orgânicos (Kennedy, 1985 apud Barud 2010). A reunião destas microfibrilas forma as fibrilas e estas se agrupam formando as fibras celulósicas (figura 2).
Figura 2 - Arranjo das fibrilas, microfibrilas, e celulose na parede celular.
Fonte: Barud, 2006
Segundo Brown (2004), a celulose é sintetizada por uma grande diversidade de organismos vivos, como por exemplo, bactérias (Acetobacter, Rhizobium e Agrobacterium), algas marinhas, musgos e tunicados. Uma recente descoberta revelou que até as cianobactérias, consideradas a mais antiga forma de vida na Terra, são capazes de sintetizar celulose. A celulose produzida por bactérias é conhecida como celulose nativa. Esta é encontrada em duas formas cristalinas, celulose I e celulose II.As cadeias glucanas são orientadas paralelamente na celulose I, e por cadeias antiparalelas na