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Dra. Beatriz Souza Dias, médica de grande experiência no controle de infecções hospitalares, trabalha no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e no Hospital Sírio-Libanês (SP).
O hospital funciona como um centro onde bactérias, vírus e muitos outros microorganismos podem ser transmitidos de uma pessoa para outra. Volta e meia, temos notícia de casos de infecções adquiridas durante a internação hospitalar, ou mesmo após a alta.
São considerados pacientes de risco , além das crianças e dos idosos, portadores de diabetes, pacientes com o sistema imunológico deprimido, ou que usaram antibióticos por prazo longo, ou foram submetidos a procedimentos invasivos, como cirurgias, colocação de sondas ou de cateteres, entubação, etc.
O número de infecções hospitalares, e das outras infecções também, pode ser reduzido em grande escala se for posto em prática um hábito simples de higiene: a lavagem das mãos. Profissionais de saúde, visitas, parentes, acompanhantes devem ter o cuidado de lavar bem as mãos para não servirem de veículos dos agentes de contaminação.
Infecções associadas ao cuidar da saúde
Drauzio – Você poderia explicar em que consistem essas doenças que chamamos genericamente de infecção hospitalar?
Beatriz Souza Dias – As infecções hospitalares são efeitos adversos que podem estar relacionadas com a admissão do paciente no hospital. Elas foram contextualizadas no universo hospitalar, porque, durante os últimos 40 anos, talvez um pouco mais, o atendimento médico centralizou-se nessas instituições. Veja um exemplo: pacientes com câncer em tratamento quimioterápico passavam a maior parte do tempo dentro do hospital e era comum desenvolverem infecções que pareciam relacionadas ao ambiente hospitalar ou com a proximidade de outras pessoas doentes.
Infecções respiratórias, que acometiam pacientes em coma ou com nível de consciência diminuído, infecções que entravam pelos acessos venosos através dos cateteres ou mesmo pelas