Catástrofe de Courrières
O grande número de vítimas deveu-se em grande parte à obstinação da companhia mineira, que continuou o trabalho de exploração quando no fundo da minha havia um incêndio ainda não extinto, enquanto os fumos e gás tóxico ocupavam as galerias. Talvez o número de mortos pudesse ter sido menor se as buscas não se tivessem detido ao terceiro dia e se uma parte da mina não tivesse sido tapada com um muro, para sufocar o incêndio e preservar a jazida. A gestão da crise por parte da companhia foi particularmente desastrosa para os mineiros e pelas suas famílias. A companhia foi acusada de ter ignorado a segurança dos mineiros, à custa de proteger a infraestrutura, em particular ao tomar a decisão de murar as galerias e de inverter o fluxo de ventilação de ar para extrair o fumo e sufocar o incêndio em vez de ajudar facilitando o trabalho dos socorristas, enviando-lhes ar fresco. Além disso, nos três primeiros dias, os corpos extraídos da mina não foram apresentados às suas famílias para serem identificados. Quando foi possível, não abriu mais que um só dia: as famílias deviam assim passar um dia diante dos mil corpos para identificar quem era seu familiar. Nenhum responsável da mina, nem qualquer funcionário, deu informação aos familiares.
A comoção que se seguiu à polémica sobre a gestão do auxílio deu origem a um grande movimento de greve. Em 13 de março, após as exéquias das