Catolicismo no Mato Grosso
Os anos de 1930 a 1945 no Brasil são caracterizados, de maneira especial, pela presidência de Getúlio Vargas. Durante essa fase o Brasil passou por transformações profundas, de diversas ordens, como no campo político, econômico e principalmente cultural. Embora nesses quinze anos Vargas tenha estado na condição de mandatário máximo do país, devemos entender que a condição em que esteve governando variou muito. De presidente de um governo provisório a ditador de um país. Mas para com que seu regime conseguisse promover mudanças e mantivesse sua sustentação, foi necessária a efetivação de algumas alianças. A Igreja Católica acabou por se tornar um dos principais aliados de
Vargas. Neste universo, para com que esta aliança e cooperação obtivessem resultados, muitos atores atuaram, tendo sido o arcebispo de Cuiabá Dom
Francisco de Aquino Corrêa, protagonista nesta trama.
Fazer uma análise das relações igreja-Estado podem nos remeter a uma discussão bastante antiga. Desde que deixou de ser uma seita judaica e passou a expandir sua ideologia fora do mundo judeu, iremos observar o cristianismo ligado à figura do Estado. A preocupação do cristianismo em manter um determinado poder, pode ser constatada desde o Império Romano. A partir do século IV por ocasião da Conciliação Constantiniana.
O Estado assegurava à Igreja a presença privilegiada na sociedade e, dependendo das situações históricas, o monopólio sobre a produção dos bens simbólicos, constituindo-a, além disso, em aparelho de hegemonia do sistema. Já a Igreja assegurava ao Estado e aos grupos-classes dominantes a legitimação da sua hegemonia e dominação. Essa situação constantiniana geralmente aumentava o poder institucional da Igreja, já que ao seu peso especifico, o religioso, acrescentava-lhe um peso político – ideológico e econômico também. Essa aliança entre o cristianismo e o Estado romano teve seu inicio na primeira metade do século IV. Beneficiava diretamente os