Cataguases Tragédia Ambiental

01/04/2003
Indústria que provocou desastre ecológico no sul de Minas é multada em R$ 50 milhões
BELO HORIZONTE e RIO - A empresa Cataguazes Celulose foi multada hoje em R$ 50 milhões pelo Batalhão de Polícia Florestal e de Meio Ambiente do Rio de Janeiro. O batalhão da PM tem convênio com o Ibama, que lhe dá poderes para aplicar a punição. Foi aplicado o valor máximo com base no decreto federal 3.179, que regulamenta a lei de crimes ambientais 9.605, de 98. A autuação foi entregue ao diretor geral da empresa Félix Santana.
Na madrugada de sábado, o reservatório de rejeitos tóxicos da indústria se rompeu e mais de 20 milhões de litros atingiram o Rio Pomba, que banha mais de 30 municípios da zona da mata mineira. Peixes e cabeças de gado morreram. A contaminação já atingiu o rio Paraíba do Sul, no estado do Rio, e provocou problemas de abastecimento em Miracema, Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Portela, Cambuci e São Fidélis.
O Ministério Público de Minas Gerais quer atuar em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro para avaliar as responsabilidades no desastre ecológico que atingiu municípios dos dois estados. De acordo com o MP de Minas, o crime ambiental merece as penalidades mais altas e as famílias prejudicadas pelo vazamento de rejeitos industrias de uma indústria de papel de Cataguases (MG) precisam ser indenizadas.
O MP aguarda o resultados da análise de técnicos da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) para determinar se houve omissão da empresa ou falha na fiscalização. Segundo a Promotoria de Meio Ambiente, o governo estadual está criando um Núcleo de Atendimento de Emergência dentro da Feam.
A ministra do meio ambiente, Marina Silva, esteve nesta terça em Belo Horizonte para assinar um convênio de R$ 24 milhões com a Alemanha e afirmou que as responsabilidades sobre o acidente ambiental em Cataguases (MG) serão apuradas. A ministra prometeu ajuda federal para solução do caso e explicou que a Petrobras é a única empresa com tecnologia