Casos
Jornal O Dia - 13/7/2008
Ricos soltos
Mesmo após sentenças por crimes do colarinho branco, privilegiados vivem em mansões livres e impunes
Alfredo Junqueira e Ana d’Angelo
Rio - O Brasil cultivou nas últimas décadas um grupo privilegiado de condenados. Ricos, engravatados e com trânsito nas instâncias do Poder, foram flagrados pilhando bilhões do dinheiro público e de seus clientes. Sentenciados à prisão por variado cardápio de crimes — gestão fraudulenta, sonegação fiscal, lavagem e remessa ilegal de dinheiro ao exterior, peculato, corrupção ativa e formação de quadrilha —, permanecem livres, enquanto os processos se arrastam nos gabinetes do Judiciário.
Uma das mais famosas condenações de criminosos do colarinho branco está prestes a prescrever. Sentenciado a 28 anos e 10 meses de prisão por fraudes de 16 bilhões de dólares e prejuízo de 9 bilhões de dólares aos cofres públicos, o ex-dono do Banco Nacional Marcos de Magalhães Pinto ficou três dias na carceragem da Polícia Federal no Rio, por ordem do juiz de primeira instância Marcos André Moliari. Conseguiu um habeas corpus e desde então responde em liberdade ao processo que se arrasta há 12 anos. A apelação está parada há seis anos em um gabinete do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no Rio.
O ex-presidente do Nacional não tem pressa. Dos quatro crimes a que foi condenado,