Caso
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Pontes Visgueiro e Maria da Conceição
Em 14 de agosto de 1873, José Cândido de Pontes Visgueiro, Desembargador da Re1ação[1], aos 62 anos de idade, matou Maria da Conceição, conhecida por "Mariquinhas", de 17 anos, por quem estava apaixonado, movido pelo ciúme e pela impossibilidade de obter a fidelidade da moça, que era prostituta. O desembargador havia nascido em 13 de outubro de 1811, na Vila de Maceió, da então comarca de Alagoas, vinculada à província de Pemambuco. Aos 18 meses, foi acometido de uma febre maligna que o impediu de ouvir e falar até os 5 anos de idade. Aos poucos, conseguiu recuperar a voz e a audição, mas, aos 15 anos, perdeu novamente parte da audição, vindo a tomar-se completamente surdo aos 40 anos. Na juventude, estudou em um seminário em Olinda, mas não seguiu a carreira eclesiástica. Em 1830 ingressou na Academia de Direito de Olinda. Pretendeu, então, casar-se com moça de fann1ia distinta em Maceió, mas seu pai não permitiu e, para afastá-Io daquele romance, transferiu-o para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, onde se formou em 1834. Antes de diplomado, já havia sido eleito deputado provincial. Formado, voltou para sua terra natal e foi ser juiz de direito. Candidatou-se à deputação geral para a legislatura de 1838-1841, representando Alagoas, juntamente com outros quatro eleitos, também da magistratura. Visgueiro era corajoso e idealista. Sua atuação política foi elogiada, na época, pela independência diante dos poderosos, como demonstrou em seu discurso de 20 de maio de 1840: "Só quero estar bem com minha consciência e não com governo algum - declaro-o alto e bom som. Eu disse, desde a primeira vez em que me sentei na casa: ninguém se fie em mim, hei de só votar por aquilo que for justo; nada há contra a 7:
Julgam o réo