CASO INDIO GALDINO
No dia 20 de abril de 1997 cinco jovens de classe média em Brasília escolhiam uma forma inusitada e cruel de se divertir durante a madrugada, depois de uma festa com os amigos. Planejaram com calma por cerca de duas horas, trocaram de carro para não serem identificados, pararam em uma rua paralela, buscaram gasolina em vários postos de combustível e dividiram as ‘tarefas’ igualmente.
A brincadeira? Foi atear fogo em um índio que estava dormindo num ponto de ônibus.
Galdino Jesus dos Santos, 44 anos, do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, do estado da Bahia tinha ido para a Capital com uma delegação de oito lideranças de seu povo, com o objetivo de buscar apoio para as suas reivindicações no sentido de recuperação do território, invadido por muitos fazendeiros. Neste dia chegou tarde das reuniões na pensão onde estava hospedado e a dona da pensão se recusou a abrir a porta para ele. Resolveu então dormir num ponto de ônibus que encontrou.
Por volta das cinco horas da manhã Galdino acordou completamente em chamas. Foi socorrido por jovens que voltavam de uma festa e levado para o hospital. Teve queimaduras em 95% do corpo entrou em coma e logo faleceu.
Cometido o crime, os rapazes fugiram e foram para casa dormir, como se nada tivessem feito, mas um outro jovem que passava por ali, um chaveiro, anotou o número da placa do carro e os entregou à polícia.
Os rapazes foram reconhecidos, presos e condenados a 14 anos de prisão, mas a lei brasileira garantiu que ficassem apenas oito anos na cadeia — e com direito a várias regalias.
Para justificar o crime bárbaro, os rapazes alegaram que acreditavam ser um mendigo e resolveram "brincar" com ele. - “Não sabíamos que era um índio, pensávamos que era só um mendigo.”
Dos cinco envolvidos no crime contra o índio Galdino, um deles era menor de idade na época e foi encaminhado para o centro de reabilitação juvenil do Distrito Federal. G.N.A.J ficou internado na unidade por três meses, mesmo tendo sido condenado a um