case tim
Adaptado de EXAME | 29.05.2008 - Por Carolina Meyer
Modelo de rentabilidade e desempenho no setor, a TIM foi seduzida pelo consumidor de baixa renda. Deu tudo errado
Desde que começou a oferecer cobertura nacional no Brasil, em 2002, a TIM, segunda maior operadora de celulares do país, vinha colecionando números invejáveis. Pioneira na implantação da tecnologia GSM, a empresa era dona da carteira de clientes mais rentável do setor, com uma receita por usuário quase 20% superior à das concorrentes Vivo e Claro. A liderança no mercado corporativo garantiu-lhe a mais alta rentabilidade entre as operadoras de celular: em torno de 30%. E a TIM, que já teve como garotos-propaganda o craque Ronaldo e a modelo Daniela Cicarelli, então no auge de suas carreiras, chegou a estar entre as marcas mais admiradas do país. Enquanto outras operadoras de celular se debatiam para resolver problemas como clonagem de linhas e falhas nos sistemas de cobrança, a TIM crescia. Entre 2004 e 2007, seu valor de mercado passou de pouco mais de 3 bilhões para 16 bilhões de reais. Com tais credenciais, a empresa parecia vestir uma couraça à prova de contratempos. Claro, a couraça não existia, como ficou evidente nos últimos meses. No primeiro trimestre deste ano, de forma surpreendente, a TIM registrou prejuízo de 108 milhões de reais, o pior da história para essa época do ano. Diante do mau desempenho, a operadora reviu para baixo sua meta de crescimento para 2008: de 12% para 9%. Foi a senha para que o mercado jogasse suas ações para baixo. Nos últimos três meses, os papéis da TIM caíram quase 25%. “O mercado estava acostumado a números excepcionais”, diz Mário César Araújo, presidente da TIM. “Nem sempre podemos entregar os resultados esperados.”
A diferença entre realidade e expectativa costuma ser um problema para todas as empresas, independentemente do setor em que atuem. Tais expectativas podem ter fundamentos ilusórios. Mas os resultados sempre têm causas reais. No