Case - Sementes do futuro
Muitos dos “embriões” que criarão o futuro já estão aqui conosco no presente. Quais deles devemos focar? Que outros deveremos criar? O que definirá nossas escolhas?
Oscar Motomura* - Revista Época 06/2011
As sementes do futuro já estão conosco hoje. As sementes da próxima crise financeira mundial, as que poderão deflagrar guerras de grandes proporções ou mesmo um colapso global já estão todas por aqui. Por outro lado, as sementes de um mundo financeiro mais saudável e benéfico, de uma cultura de paz e de prosperidade global, também já estão presentes hoje, embora de forma mais silenciosa, fora dos noticiários.
O futuro que efetivamente irá emergir dependerá do que nós todos (como banqueiros, empresários, líderes de governo, cidadãos) faremos com as sementes que temos hoje ao nosso redor.
Mas quais as conexões disso tudo com os “cenários do futuro” que levamos em conta em nosso planejamento estratégico? Um jeito neutro de ler os cenários seria: “Se as sementes do tipo X germinarem e prevalecerem, emergirá lá adiante um futuro sombrio, um futuro X. Entretanto, se as sementes tipo Y prevalecerem, teremos um futuro mais promissor”.
Mas, na prática, por trás de cada leitura há um juízo de valor. Compare a frase acima com estas: “Como acreditamos que as sementes X irão prevalecer, o cenário X é o mais provável...”. Ou ainda: “Como acreditamos que será muito difícil reverter o quadro atual, aparentemente mais X do que Y, é mais provável que emerja lá adiante um cenário X. E é nesse cenário que apostaremos...”.
Talvez tenhamos de parar de pensar no futuro e fazer com que o dia de hoje seja tudo aquilo que ele deveria ser O que está faltando nesse jeito de lidar com as tendências e com os “cenários”? Uma reflexão mais profunda nos leva a concluir que falta algo que transcenda essa análise fria de um observador “externo”. Está faltando o posicionamento do protagonista, de alguém que não aceita passivamente as sementes X que vê ao seu