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O poder sempre fascinou o ser humano e onde existe um grupo de pessoas, existe a noção de poder. A obtenção e a distribuição do poder é um fenômeno natural e necessário em todo o sistema social. O conceito de poder tem sido amplamente estudado e a revisão teórica do mesmo tem variado conjuntamente com a sociedade. Identificar o poder e defini-lo dependerá da perspectiva em que ele é abordado (perspectivas histórica, social e psicológica).
Por existirem várias definições para o termo poder, torna-se difícil descrevê-lo, pois este tema abrange múltiplos aspectos, mas pode-se dizer que o poder é a habilidade de um indivíduo ou um grupo de indivíduos de impor sua vontade sobre os outros. Conforme Crozier e Friedberg (1990), o poder, em nível geral, implica sempre a possibilidade, para certos indivíduos ou grupos, de atuar sobre outros indivíduos ou grupos.
De acordo com Aguiar (1990), o poder é exercido, no mínimo, por um indivíduo sobre outro indivíduo tendo em vista um resultado desejado. Alguém comanda e outro obedece. Assim, pode-se dizer que quem exerce o poder quer que o outro aja em determinado sentido.
Foucault (1984), faz uma série de proposições sobre o poder. Essas proposições não definem o tema, mas visam à sua natureza. São elas:
(a) o poder não se adquire; é exercido a partir de inumeráveis pontos;
(b) as relações de poder não estão em posição de exterioridade no que diz respeito a outros tipos de relações (econômicas, sociais, etc.), mas são imanentes a elas;
(c) o poder vem debaixo; não há uma oposição binária e global entre dominador e dominados;
(d) as relações de poder são, concomitantemente, intencionais e não subjetivas;
(e) onde há poder há resistência e, no entanto, ou por isso mesmo, esta jamais está em posição de exterioridade em relação ao poder.
Nesta visão de Foucault, o poder significa relações. É um processo de troca ou de comunicação quando, na relação que se estabelece, os dois pólos fazem face um ao outro