Casa grande e Senzalas e a teoria do branqueamento
Casa Grande e senzala traz uma interpretação positiva da história da miscigenação no Brasil, a obra traça uma espécie de marco divisório entre o antes e o depois do pensamento social e racial brasileiro formulado e discutido até então, o que motivou um grande debate intelectual que perdurou por um longo período.
CASA GRANDE E SENZALA E A IDEOLOGIA DO BRANQUEAMENTO – RUPTURAS E CONTINUIDADES
O inicio do século XX trouxe a abolição da escravatura e com ela um grande debate sobre os rumos sociais e econômicos do Brasil. A questão racial do Brasil foi uma das maiores preocupações sociais existentes, pois o país exibia um complexo sistema de classificação racial. O debate chegou num momento em que as classes dominantes queriam livrar-se do passado escravista e do que eles julgavam ser a“”mancha”” negativa desse extrato social, criando justificativas econômicas, políticas e sociais para manter na exclusão uma intensa camada de ex-escravos negros, mestiços e indígenas. A ideologia do Branqueamento, amplamente influenciada pelo pensamento Europeu afirmava que o atraso da nação estaria relacionado à mistura racial.
No campo intelectual, autores como Nina Rodrigues, Sílvio Romero e Oliveira Vianna, viam na mestiçagem e na herança cultural africana, males sociais ligados por cunho genético. Na contramão da maior parte dos intelectuais do início do século, Gilberto Freyre, através do livro Casa Grande e Senzala, proporá uma incursão pela história colonial