Resumo Crítico - Casa Grande e Senzala
Gilberto Freyre, recifense, bacharel em Artes formado pela Universidade de Baylor no estado norte-americano do Texas, publicou o livro “Casa Grande e Senzala” em 1933, obra que até hoje é muito estudada e referenciada no estudo da formação política, econômica e social do Brasil. Para escrever seu texto, Gilberto pesquisou em diários de senhores de engenho da época colonial e também em arquivos de sua família afim de destacar vários aspectos da época em questão. Gilberto analisa naquela sociedade patriarcal da época colonial as características que ainda hoje se mostram relevantes, como: o próprio patriarcalismo, a eugenia e a teoria dos branqueamento das raças. A sociedade patriarcal era caracterizada pelo chefe dessa ordem (o patriarca) como o detentor do poder sobre a família e escravos, dentro de um sistema em que a Casa Grande exerce a função do que separadamente corresponderia às igrejas, cemitérios, bancos, prostíbulos, entre outras funções. A Casa Grande então representa o poder perante a Senzala (a subordinada), revelando relação de antagonismo presente no próprio título da obra e também de outra obra posterior, “Sobrados e Mucambos” (Poder x Subordinação). Ao apresentar os aspectos da miscigenação, Gilberto Freyre refuta a idéia de que essa mistura de raças seja negativa para uma sociedade, destacando o papel do negro e do índio, sem tirar dessa análise a importância do português nessa interação. Assim, o autor valoriza a miscigenação. Essa postura do autor é evidenciada em passagem da obra quando diz que “A mediação africana no Brasil aproximou os extremos, que sem ela dificilmente se teriam entendido tão bem, da cultura européia e da cultura ameríndia, estranhas e antagônicas em muitas das tendências”. Retratando esse período, Gilberto Freyre partiu de uma análise de um sistema mais restrito a uma dinâmica familiar, mas sua obra abrange aspectos de toda uma