Casa Grande e Senzala cap. 3

CAPÍTULO 3-O COLONIZADOR PORTUGUÊS: ANTECEDENTES E PREDISPOSIÇÕES

MARIA HELENA C. BASTOS Este capítulo propõe estudar o colonizador português a partindo de antes da descoberta do Brasil. Gilberto Freyre nos mostra que o colonizador Português não era exatamente aquele megero imaginado por nós e que “só faltou transportar a África para a América” jamais existiu pois o português se confraternizou com as raça inferiores,daí vem a crítica que muitos sociólogos fazem de Gilberto por desprezar toda a história de luta de classes e propor em seu livro uma harmonização geral entre os povos que habitaram o Brasil colonial. Freyre nos fala sobre o cuidado ao estudar este período nos livros escritos pelos próprios portugueses pois eles tendem a escrever uma glória imaginada do povo Português daquela época eque por isto é necessário “dar um certo desconto” em tudo o que disserem. Keyserling tentou descrever esta história portuguesa descontando até demais,pois reduziu muito a importância dos portugueses e ainda pressupôs um ódio português aos espanhóis e mouros. O que o próprio Freyre desmente falando depois da imensa plasticidade do português para lhe dar com outros povos. Um capítulo importante para o estudo da colonização do Brasil é o purismo religioso. Esta é uma das características principais dessa época. Os maiores antagonismos existentes eram entre cristãos e infiéis,católicos e hereges. Qualquer um que alegasse ser católico ou cristão e demonstrasse fé em Deus,seria bem recebido no Brasil pois o ódio que a igreja tinha era contra o pecado e não o pecador (fato esse também passível de contestações já que conclui que o julgamento da pessoa era puramente religioso e não em algum sentido econômico ou político). Apesar deste poder da igreja católica em Portugal, capaz de determinar os rumos do país, quando os portugueses