Cartografia
CURSO DE PSICOLOGIA
Cartografia de uma experiência de estágio
Jéssica Alana da S. Santos.
UFF
Novembro-2014
Introdução
O método cartográfico se apresenta como uma recusa em encontrar a gênese da realidade, visa o acompanhamento, mais do que a representação. A cartografia se interessa em acompanhar os percursos, implicação em processos de produção, conexão de redes ou rizomas. Na introdução do livro Rizoma, Deleuze e Guatari afirmam, “Se o mapa se opõe ao decalque é por estar inteiramente voltado para uma experimentação ancorada no real.” (1995, p.21).
Na cartografia não há um único sentido para a representação e as entradas são múltiplas, assim como um mapa. Como um rizoma não tem centro, a direção metodológica se difere da pesquisa tradicional que possui normas já estabelecidas. Na etimologia da palavra método, metá-hódos significa direção da pesquisa. Entretanto, na cartografia o método é invertido, pois o metá-hodos se transforma em hódos-meta, ou seja, a pesquisa que direciona o método que deve ser experimentado e não aplicado, na medida em que se dá na própria pesquisa e não a priori.
A cartografia ao não delimitar uma metodologia como princípio, não abre mão do rigor da pesquisa, mas ressignifica o mesmo. O rigor da cartografia está no compromisso com os movimentos da vida, se encontra no caminho, sua precisão está mais próximo dos movimentos da vida, considerando a implicação e intervenção inevitável na pesquisa. A construção da pesquisa em cartografia considera como princípios fundamentais a impossibilidade da transparência do olhar do pesquisador e que por isso este tem uma perspectiva do campo. Da mesma forma compreende que o sujeito e objeto não são separáveis e a articulação do conhecimento com o desejo e implicação do pesquisador. Ainda, há uma recusa em uma postura demonstrativa em favor do construtivismo baseado na experimentação de conceitos e novas