cartografia
Além de instrumentos práticos de localização e orientação, os mapas sempre foram importantes fontes de poder. No império romano, assim como na maioria dos impérios centralizados da Antiguidade, a cartas cartográficas foram fundamentais para organizar os deslocamentos dos exércitos, calcular as distâncias terrestres, facilitar as viagens entre as regiões dominadas e manter o controle do Estado sobre elas.
Entre os séculos XV e XVI, os mapas e as preciosas informações geográficas que eles continham eram considerados segredos de Estado em muitas das cortes europeias. O caráter estratégico dos mapas está presente também na atualidade. Por meio da cartografia as Forças Armadas organizam estratégias e táticas de combate.
Yves Lacoste, importante geógrafo francês, publicou no livro ''A Geografia – isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra” um pensamento sobre a importância da interação entre mapa e geografia. As relações destacadas por Lacoste são basicamente a estratégia e o poder segundo uma distribuição e organização do espaço geográfico. Os mapas são ferramentas através das quais os diferentes agentes planejam sua intervenção no espaço.
Os mapas serviram e ainda servem como instrumentos de poder. As Forças Armadas controlam as fronteiras, as movimentações de tropas, o seu abastecimento, as estratégias de combate. Os Estados controlam sua soberania territorial, os desmatamentos, queimadas, rotas comerciais. As cidades controlam o processo de expansão urbana e, através dele, de cobrança de impostos prediais.
A orientação através de mapas é vital. Há uma pequena história que no ano de 1986, os Estados Unidos elaboraram uma pesquisa nos quartéis para verificar o grau de conhecimentos em geografia e cartografia entre os soldados; apresentando resultados negativos. Diante dessa evidência, o governo tomou medidas para que se melhorasse o ensino de Geografia nas escolas de ensino fundamental e médio no país.