Carta ao bispo
Antônio Torres nasceu na Bahia e descobriu a vocação literária na escola rural de sua terra, incentivado pela professora. Logo começou a escrever as cartas dos moradores da cidade, a recitar poemas de Castro Alves na pracinha da cidade, a ajudar o padre a rezar missa em Latim. Estudou em Alagoinhas e Salvador, onde se tornou repórter do Jornal da Bahia. Foi jornalista e publicitário em São Paulo e em Portugal. Hoje é um dos escritores mais conhecidos de sua geração, com livros traduzidos em muitos países. Seu primeiro romance é Um cão uivando para a Lua, 1972 seguidos de Os homens dos pés redondos em 1973, Essa terra 1976, Carta ao bispo 1979, dentre outros.
Gil se sente solitário na casa do Bispo, e com uma idéia fixa na cabeça, descreve toda a casa do espaço físico ao caseiro que estava lá cuidando. Escreve uma carta de despedida para o bispo e enquanto vai escrevendo a mesma, faz a conta do que está deixando como legado na terra, a recordação do grande amor que quase termina em morte, de como passou de político promissor a cabo eleitoral e assim encara a lata de fornecida em que despeja o veneno no copo e coloca a carta nessa. Em seguida toma o veneno e caminha da cozinha até a sala. No corredor vai deixando as paredes sujas de sangue. A cada passo que Gil dá vai lembrando-se de momentos de sua vida, tais como: o dia da 1ª comunhão, os discursos em palanques feitos de caminhão, as promessas políticas e o último empenho em eleger um bodegueiro prefeito da cidade, lembranças de quando foi enviado ao seminário, um tiroteio que acontece num comício, o tio que ajudou a eleger prefeito e agora cobra uma divida em que foi avalista no banco, os cidadãos que o acusa de desviar o dinheiro conseguido por ele pelas obras. Gil recorda de toda a sua vida e cai na sala, o caseiro escuta o barulho, o descobre agonizando, procura o bispo e este presta socorro a Gil.
A obra é bastante