Carpinteiro
É um dos mais antigos ofícios do homem. Ele ocupa-se desde a construção do trançado que permite a “taipa de sebe” ou de “sopapo” até as impostas e complexas estruturas das cobertas. Era conhecido antigamente como carapina ou carpina. Antigamente, a carpintaria dividia-se em quatro áreas principais de atuação: naval, militar, civil e industrial.
Pode-se dizer que a diferença entre o carpinteiro e o marceneiro está no processo de trabalhar a madeira. O primeiro beneficia a madeira, cortando-a e lavrando-a em peças que serão utilizadas principalmente nas coberturas, soalhos e forros. Sua jornada de trabalho realiza-se num canteiro de obras ou serviços. O marceneiro passa a maior parte de seu tempo numa bancada, cortando, encaixando e entalhando peças e objetos. Seu trabalho é mais delicado e, normalmente, requer muita paciência.
A qualidade e a abundância das madeiras brasileiras tornaram-se proverbial desde os primeiros contatos com o Novo Mundo. Algumas, comparadas com madeiras européias, eram consideradas “incorruptíveis”, outras, possuíam tanta dureza que eram comumente comparadas ao ferro.
A importância da madeira na arte da construção desde cedo resultou na separação de dois tipos de ofícios: os carpinteiros e os marceneiros. Ao primeiro caberia a execução de componentes estruturais (como vigas, esteios, tesouras, escadas, assoalhos e etc.). Ao segundo, a produção de objetos utilitários e artísticos (portas, janelas, armários, cômodas, cadeiras, retábulos e etc.).
Esta divisão de trabalho e de objetivos também influiria na utilização dos tipos de madeiras. Assim, aos carpinteiros interessava as madeiras mais resistentes aos esforços mecânicos, à flexão, por exemplo, e à durabilidade as intempéries. Aos marceneiros, por outro lado, interessavam as madeiras macias, de belas e variadas colorações e ainda capazes de serem torneadas ou esculpidas com facilidade.