Carlos Drummond de Andrade

“Elegia 1938” – Carlos Drummond de Andrade
Neste poema os temas políticos, o sofrimento do ser humano, as guerras, a solidão, o mundo frágil e os seres solitários é o que faz a realização da obra de Drummond. Num mundo em que se prezam os conflitos, a automatização do homem, a indiferença, a hipocrisia, cabe ao poeta, lírico e angustiadamente mostrar a este mundo como realmente ele é, visto que não pode, muda-lo sozinho.
Embora o sistema do mundo não ofereça nenhum exemplo, nada que verdadeiramente valha a pena, o homem é o maior construtor desse mundo, para o qual trabalha e, em consequência, sente calor, frio, falta de dinheiro e fome, o que prova tamanha cegueira. “Mortos”, na quarta estrofe, pode ser considerado às pessoas inseridas nesse contexto do ser humano passivo, conformado, é como se realmente estivesse morto:
“Caminhas entre mortos e com eles conversas”.
Tanto Machado de Assis, com sua obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, quanto Carlos Drummond de Andrade, com seu poema “Mãos dadas”, tratam--se da realidade social, num país em momento de conflitos, injustiças e desigualdade entre classes, e de certa forma ambos retratam a situação da sociedade ironicamente. Isso está bem visível na obra de Machado na personagem Prudêncio, um humilde servo, que mostra como a burguesia convivia com pessoas de condições financeiras inferiores à deles. Portanto representava a contradição de uma sociedade capitalista.
A vida de Drummond é mostrada através do filme “Poeta de Sete Faces”, no qual, por meio de vários comentários de amigos, é realizada a demonstração desde seu nascimento até sua morte, com muitos momentos de apresentação de seus poemas.