Carl Rogers fala
Há um campo de experiência único para cada indivíduo. Este campo de experiência ou "campo fenomenal" contém tudo o que se passa no organismo em qualquer momento, e que está potencialmente disponível à consciência. Inclui eventos, percepções, sensações e impactos dos quais a pessoa não toma consciência, mas poderia tomar se focalizasse a atenção nesses estímulos. É um mundo privativo e pessoal que pode ou não corresponder à realidade objetiva.
De início a atenção é colocada naquilo que a pessoa experimenta como seu mundo, não na realidade comum. O campo de experiência é limitado por restrições psicológicas e limitações biológicas. Temos tendência a dirigir nossa atenção para perigos imediatos, assim como para experiências seguras ou agradáveis, ao invés de aceitar todos os estímulos que nos rodeiam.
2 Self
Dentro do campo de experiência está o Self. O Self não é uma entidade estável, imutável, entretanto, observado num dado momento, parece ser estável. Isto se dá porque congelamos uma secção da experiência a fim de observá-la. Rogers concluiu que a idéia do eu não representa uma acumulação de inumeráveis aprendizagens e condicionamentos efetuados na mesma direção.... Essencialmente é uma gestalt cuja significação vivida é suscetível de mudar sensivelmente (e até mesmo sofrer uma reviravolta) em conseqüência da mudança de qualquer destes elementos. O Self é uma gestalt organizada e consistente num processo constante de formar-se e reformar-se à medida que as situações mudam.
Assim como uma fotografia é uma "parada" de algo que está mudando, da mesma forma o Self não é nenhuma das "fotografias" que tiramos dele, mas o processo fluido subjacente. Outros teóricos usam o termo Self para designar aquela faceta da identidade pessoal que é imutável, estável ou mesmo eterna.
Rogers usa o termo para se referir ao contínuo processo de reconhecimento. É esta diferença, esta ênfase na mudança e na flexibilidade, que fundamenta sua teoria e sua crença