CARDOSO, Franci Gomes. Os movimentos sociais populares no processo de transformação social.
GOHN, Maria da Glória. Estudo comparativo sobre três formas de organização popular. In: Serviço Social e Sociedade. n. 33, ano XI, São Paulo: Cortez, 1990.
GOHN, Maria da Glória. Conselhos Populares e participação popular. Serviço Social e Sociedade, n. 26, São Paulo: Cortez, 1990.
Síntese
Dentro de uma sociedade capitalista buscamos entender os movimentos sociais populares e a transformação ocorrida dentro destes movimentos, o que abrange “a totalidade da prática social que os homens desenvolvem na construção da sociedade e de si mesmo.” (CARDOSO, 1990, p. 6). Para Marx os homens se inserem em um processo social coletivo e mantém dentro deste processo uma relação com a natureza e com os homens, se tornando membros de uma determinada classe1. Estes grupos são consolidados como classe num processo ideológico, isto é, desenvolvem uma “consciência coletiva, consciência de classe.” (CARDOSO, 1990, p. 7). As classes sociais buscam dentro da sociedade capitalista respostas as suas necessidades e interesses numa construção de projetos políticos e sociais, manifestando sua práxis2. A classe dominada busca libertação da opressão, como também a sua autonomia e emancipação surgem assim um rompimento com a ideologia dominante. O projeto de transformação social “exige uma práxis revolucionaria” através de uma conscientização dessa classe. Essa consciência, segundo Antunes, é determinada pelo trabalho. (CARDOSO, 1990, p. 11).
O processo de formação de consciência de classe é, portanto, um processo dialético que se realiza necessariamente por uma mediação de um sujeito consciente de si mesmo. Esse processo exige, inevitavelmente, algum modo de organização. (CARDOSO, 1990, p. 13).
Segundo Gramsci, a conquista da hegemonia na sociedade “se expressa na reivindicação de autonomia dos movimentos