Capítulo Fuga - Vidas Secas
BIOGRAFIA DO AUTOR:
Graciliano Ramos nasceu em Quebrângulo (AL), em 1892. Um dos 16 filhos de uma família de classe média do sertão nordestino, passou parte da infância em Buíque (PE) e outra em Viçosa (AL). Fez estudos secundários em Maceió, mas não cursou faculdade. Em 1910, sua família se estabelece em Palmeira dos Índios (AL). Em 1914, após breve estada no Rio de Janeiro, trabalhando como revisor, retorna à cidade natal, depois da morte de três irmãos, vitimados pela peste bubônica. Passa a fazer jornalismo e política em Palmeira dos Índios, chegando a ser prefeito da cidade (1928-1930). Em 1925, começa a escrever seu primeiro romance, Caetés. Muda-se para Maceió em 1930, e dirige a Imprensa e Instrução do Estado. Memórias do Cárcere (1953) é um contundente relato da experiência na prisão. Após ser solto, em 1937, Graciliano transfere-se para o Rio de Janeiro, onde continua a publicar não só romances, mas contos e livros infantis. Vidas Secas é de 1938. Era um fumante inveterado. O cigarro está presente em muitas das fotos de Graciliano que ficaram para a posteridade. Morreu de câncer do pulmão em 1953.
RESUMO DO CAPÍTULO:
A fazenda secou, os animais morriam. Fabiano matou e salgou um bezerro. Prepararam a nova viagem. Fabiano esperou até um último momento, quando a seca se tornada definitiva, e partiu com a família. Dona Vitória lembrou-se de Baleia, que não os acompanharia dessa vez, e chorou.
No caminho, enquanto Dona Vitória puxa uma conversa, como sempre monossilábica, com seu marido, as crianças iam à frente. Fabiano achava bom aquilo, a conversa distraía e fazia o caminho parecer menor, e era bom aproveitar o entusiasmo inicial dos garotos.
O peso das bagagens fez Fabiano pensar que a égua seria de grande ajuda, mas ele a deixou, pois pertencia a seu patrão. Mais uma vez é clara a inocente ignorância de Fabiano: ele já deixava a fazenda sem avisar ao patrão, deixando uma dívida imaginária