Capitulo 13 Machado de Assis
Simão Bacamarte sagaz em descobrir enfermos se excede na diligência e penetração com que principiou a tratá-los. Sendo assim, os todos os cronistas estão em acordo com que o ilustre alienista faz curas pasmosas que excitaram a admiração de Itaguaí. Efetivo, era difícil imaginar métodos mais efetivos e racionais sistemas terapêuticos, Simão aplicava a medicação que pudesse incutir-lhe o sentimento oposto e não aplicava a dose máxima, ia aplicando pouco a pouco conforme seu estado, posição social e etc.
Então houve um poeta doente que resistiu ao tratamento e preocupou a Simão, fazendo-o desacreditar da cura. Eis que outro doente, dessa vez não era escritor, mas sim um indivíduo que mal sabia assinar seu nome, resistiu a medicação, então Simão pediu para ele o lugar de secretário da Academia de Encobertos, estabelecida em Itaguaí. Os lugares de presidente e secretários eram de nomeação régia por especial graça do finado Rei Dom João V, e implicavam o tratamento de Excelência e o uso de uma placa de ouro no chapéu. O governo de Lisboa recusou o diploma; mas, representando o alienista que o não pedia como prêmio honorífico ou distinção legitima, e somente como um meio terapêutico para um caso difícil, o governo cedeu excepcionalmente à súplica; e ainda assim não o faz sem extraordinário esforço do ministro da marinha e ultramar, que vinha a ser primo do alienado.
Em cinco meses e meio a casa verde estava vazia, todos os enfermos haviam sido curados, dentre eles o vereador Galvão que perdera um tio, e felizmente ganhou uma herança ambígua, cheia de diferentes sentidos, sendo esperto o vereador interpretou de forma sábia o testamento e corrompeu os juízes e tirando de cena os outros herdeiros. Foi quando a sinceridade do alienista se revelou nesse lance e ingenuamente ele confessou que não tinha parte na cura que tudo foi a : Vis medicatrix da natureza(via de cura natural).Não aconteceu o mesmo com o Padre Lopes. Sabendo o alienista que ele ignorava