Perguntas sobre quincas borba
“Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”
(ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. p. 648-649.)
Nessa passagem, quem fala é Quincas Borba, o filósofo. Suas palavras são dirigidas a Rubião, ex-professor, futuro capitalista, mas, no momento, apenas enfermeiro de Quincas Borba. É correto afirmar que a maneira como constrói esse discurso revela preocupação com:
a) A clareza e a objetividade, uma vez que visa à compreensão de Rubião da filosofia por ele criada, o Humanitismo.
b) A emotividade de suas palavras, dado objetivar despertar em Rubião piedade pelos vencidos e ódio pelos vencedores.
c) A informação a ser transmitida, pois Rubião, sendo seu herdeiro universal, deverá aperfeiçoar o Humanitismo.
d) O envolvimento de Rubião com a filosofia por ele criada, o Humanitismo, dada a urgência em arregimentar novos adeptos.
e) O estabelecimento de contato com Rubião, uma vez que o mesmo possui carisma para perpetuar as