Capitalismo
Entre as principais expressões culturais decorrentes da crise capitalista na atualidade, está, em primeiro lugar, a crescente mercantilização de todas as atividades culturais, pois sabemos que é próprio do capitalismo transformar o próprio trabalhador, o produtor da riqueza, em mercadoria. É característico dessa crise que até as atividades espirituais, filosofia, ciência, educação, arte, comunicação, religião, valores, comportamentos e relações sociais tenham sido profundamente subsumidas à lógica da mercadoria. Exemplos disso poderiam ser vistas no âmbito das atividades artísticas, não só pelo rebaixamento do seu conteúdo, uma vez que o critério fundamental não é sua efetiva excelência artística e sim sua vendabilidade, como também pelo excessivo acento na forma, maneira pela qual se escamoteia um tratamento mais consciente e aprofundado dos problemas. Os efeitos perversos dessa crise também se manifestam no âmbito do conhecimento, especialmente das ciências sociais e da filosofia. Em termos de filosofia, nenhuma corrente atual, exceto a que tem Marx como seu fundador, pensa o mundo até o fim, ou seja, até a categoria do trabalho como solo antológico fundante do mundo social. E é a falta de radicialidae que faz com que essas correntes se distanciem cada vez mais da realidade concreta. No campo da ética, amplia-se cada vez mais o fosso entre o dever-se e o ser. Isto é, entre uma realidade objetiva, que a cada dia se torna mais desumanizadora, e o discurso ético, que proclama valores humanistas. Nunca como hoje, se falou tanto em solidariedade, direitos humanos, honestidade e etc., No entanto, na área dos valores sente-se que há uma generalizada confusão, pois em todas as áreas da vida social, valores que antes eram considerados sólidos e estáveis