Capitalismo e socialismo
Capitalismo é o sistema sócio-econômico em que os meios de produção (terras, fábricas, máquinas, edifícios) e o capital (dinheiro) são propriedade privada, ou seja, tem um dono.
A sociedade capitalista foi gestada em meio à dissolução da ordem feudal, particularmente na Inglaterra e o noroeste europeu mais desenvolvido (nos demais países a dissolução do feudalismo deu lugar a estados absolutistas, onde as revoluções burguesas adviriam quase dois séculos depois da inglesa, de 1640-60). O enfraquecimento da relação de servidão e da renda como relação de produção predominante, e a concomitante expansão da produção de mercadorias acabou por quebrar o isolamento dos feudos e levou à formação de um mercado unificado dentro do arcabouço institucional do Estado-nação burguês. Inicialmente as utopias construídas a partir da idéia de abolição da servidão preconizavam uma sociedade organizada sob a égide do interesse coletivo, de cunho socialista. No entanto, as revoltas populares inspiradas nessa idéia foram derrotadas (das guerras camponesas européias à liquidação dos Levellers na Inglaterra) e acabou se implantando um processo diametralmente oposto: a eliminação das terras comunais através dos cercamentos e sua transformação em propriedade com o consequente assalariamento dos trabalhadores, que veio a ser a nova relação de produção predominante.
A generalização da forma-mercadoria é a tendência fundamental e força motor do capitalismo, procurando produzir sempre mais valores de uso enquanto valores de troca na forma de mercadorias mediante trabalho assalariado. Os estágios de desenvolvimento se definem precisamente de acordo com as condições em que tal tendência pode se concretizar. Nos primórdios do capitalismo, em seu estágio extensivo, a expansão da produção de mercadorias se dá primordialmente pela extensão do assalariamento às relações pré-capitalistas: servos, produção para subsistência, produtores independentes, acrescida do efeito do aumento da