Capital monopolista
TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTA
A Degradação do Trabalho no Século XX
Tradução de Nathanael C. Caixeiro Terceira edição
ZAHAR EDITORES RIO DE JANEIRO
C APÍTULO 4 GERÊNCIA CIENTÍFICA
Os economistas clássicos foram os primeiros a cuidar, de um ponto de vista teórico, dos problemas da organização do trabalho no seio das relações capitalistas de produção. Podem, pois, ser chamados os primeiros peritos em gerência, e seu trabalho foi continuado na última parte da Revolução Industrial por homens como Andrew Ure e Charles Babbage. Entre esses homens e o próximo passo, a formulação completa da teoria da gerência em fins do século XIX e princípios do século XX, há uma lacuna de mais de meio século, durante a qual verificou-se um enorme aumento no tamanho das empresas, os inícios da organização monopolística da indústria, e a intencional e sistemática aplicação da ciência à produção. O movimento da gerência científica iniciado por Frederick Winslow Taylor nas últimas décadas do século XIX foi ensejado por essas forças. Logicamente, o taylorismo pertence à cadeia de desenvolvimento dos métodos e organização do trabalho, e não ao desenvolvimento da tecnologia, no qual seu papel foi mínimo.* A gerência científica, como é chamada, significa um empenho no sentido de aplicar os métodos da ciência aos problemas complexos e crescentes do controle do trabalho nas empresas capitalistas em rápida expansão. Faltam-lhe as características de uma verdadeira ciência porque suas pressuposições refletem nada mais que
* E importante apreender esta questão, porque dela decorre a aplicação universal do taylorismo ao trabalho em suas várias formas e estágios de desenvolvimento, seja qual for a natureza da tecnologia empregada. A gerência científica, diz Peter F. Drucker, "não se preocupava com a tecnologia. Na verdade, ela encarava ferramentas e técnicas amplamente como existiam".1
G ERÊNCIA C IENTÍFICA
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a perspectiva do capitalismo com respeito às