Capital Fetiche
Capítulo III- A produção teórica brasileira sobre os fundamentos do trabalho do assistente social
1. Rumos da análise
Estabelecer interlocução crítica com literatura profissional brasileira no que se refere aos fundamentos do trabalho do assistente social, elaborada nas décadas de 80 e 90 e aos anos 2000, que alimentou renovação do Serviço Social no Brasil e se reclama no amplo campo da teoria social crítica.
Recorte privilegiado refere-se às particularidades atribuídas à profissão na divisão social e técnica do trabalho do assistente social na atualidade. Pretende-se atribuir visibilidade aos diferentes ângulos a partir dos quais os autores analisam a natureza dessa profissão e o significado social de seu exercício no processo de produção e reprodução das relações sociais: as teses apresentadas, as fontes teóricas que condicionam o percurso e os resultados de suas elaborações. Busca-se identificar os avanços já obtidos, no marco da renovação crítica do Serviço Social brasileiro, referentes ao trabalho do(a) assistente social e, simultaneamente, apontar silêncios e omissões no legado acumulado, que possam instigar e enriquecer a agenda da pesquisa nessa área no que concerne ao trabalho profissional.
Reconhece-se a hegemonia que as interpretações de caráter histórico-crítico foram assumindo progressivamente na liderança do debate acadêmico-profissional brasileiro, a partir da década de 80.
O ponto de partida do debate é a concepção de profissão elaborada por Iamamoto na década de 80, submetida a um balanço crítico ante as novas condições sócio-históricas no trânsito do século XX para o XXI. Hipótese: Essa análise da profissão na divisão social e técnica do trabalho foi largamente incorporada pela categoria profissional, tornando-se de domínio público, o mesmo não ocorrendo com os seus fundamentos referentes ao