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Outra alteração importante na dinâmica familiar se refere ao abandono total ou parcial do vínculo empregatício, na maioria das vezes por parte da mãe, para acompanhar a criança em seu tratamento e hospitalizações.
Sempre que possível, as famílias recorrem aos meios legais para manter seu emprego, utilizando-se de atestados médicos e férias, a fim de poder acompanhar integralmente seus filhos doentes.
Considerando que a maioria das famílias entrevistadas não residia na cidade onde a criança estava internada, as dificuldades relacionadas ao transporte aparecem também como fator relevante.
Para esta família, sobretudo, o transporte até a capital surgiu como uma grande alteração no orçamento e na rotina familiar, visto que a cidade em que os membros residem não oferece condições para que a criança faça o tratamento que necessita na cidade onde mora.
Distanciamento dos membros da família e conflitos intra-familiares: Devido à necessidade de hospitalizações frequentes, as famílias se distanciam dos outros membros do núcleo familiar que ficaram em casa.
O distanciamento dos outros filhos durante as hospitalizações é uma alteração freqüente, e relatada pelas famílias entrevistadas como uma grande dificuldade e motivo de preocupação.
Da mesma forma, os filhos que ficaram em casa reagem à situação e sentem a falta da família completa em casa.
O afastamento dos membros da família pode alterar as relações familiares, sobretudo a vida conjugal do casal, desfavorecendo o enfrentamento da situação.
Quando a dinâmica familiar já era conflituosa antes do aparecimento da enfermidade, a doença crônica passa a ser um fator estressor a mais no ambiente já tumultuado em que vivia a criança. Diante de tal problemática, e a partir do abandono dos pais, a avó da criança apresentouse como único vínculo familiar capaz